domingo, 10 de julho de 2011

Estrelas que brilham...

Tenho mais uma Estrelinha no Céu... Começam a ser muitas!
Esta Estrelinha tomou conta do meu Pai e dos meus Tios, e depois tomou conta de mim, da minha irmã e dos meus primos!
A sua entrega à nossa família durou a sua vida e trabalhou até não poder mais, sempre com a mesma dedicação e carinho.
A Virgínia era a empregada da minha Avó. Daquelas empregadas antigas que tratavam a patroa por "Senhora" e a todos nós por "meninos". Daquelas que já não se fazem, sempre pronta a ajudar, até que passámos a ser nós a ajudá-la, a mimá-la.
Sempre que nos via emocionava-se e seguia-se aquele abraço forte. "Ai menina, que saudades!"
Ai Virgínia que saudades...
Tenho pensado muito em ti... Entravas-me nos sonhos como que a avisar-me que estavas quase a partir. E eu ia adiando a visita de dia para dia, de mês para mês, porque nunca temos tempo para nada, embora a Virgínia merecesse todo o nosso tempo porque nos deu todo o seu. Cada vez mais a sensação de que não a veria mais tomava conta de mim.
Na missa da Avó, nem há um mês atrás, partilhei com o Tio e com o Alexandre, que a queria visitar. Desafiei o primo "Vamos lá hoje?"... Mas mais uma vez a vida trocou-me as voltas... Eu ainda nem sabia que a Virgínia já não morava em Lisboa! Nessa noite senti que já não a ia ver mais. E hoje confirmou-se....
A última vez que a vi foi há 3 anos atrás, depois da Catarina nascer. Fomos visitá-la de surpresa. Ela, quase cega, não nos reconheceu até ouvir a nossa voz. Chorámos tanto nesse dia, abraçámo-nos com tanta força...
Desculpa-me minha amiga de tantas horas, tão paciente e dedicada. Guardo-a num lugar especial na vida e no coração. Com toda a dignidade e respeito que me merece.
Até um dia amiga Virgínia... e perdoa-me, por favor.

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